Nós somos homens desinteressados.
Homens descarnados, desalmados,
Ecos do esqueleto dos antepassados.
 
Não brilham olhos nessas faces,
Subtrai-se lentamente a arcada dentária,
A língua seccionada devora ventos.
 
Não obstante a fôrma obrada
Ter nascido das mãos de Alguém.
Uma sombra não se permite sem sol.
 
Pés e pernas desambulantes
Procuram poucos caminhos,
Entradas e saídas proibidas.
 
Lábios sem vozes
Prometem eterno silêncio.
Cérebros
Sem pensamentos.
 
Engolindo remotas frações de tempo,
Encarniçado sabor de podridão,
Deita solene
Uma solidão medonha.
 
 
 
MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE
Enviado por MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE em 29/09/2016
Código do texto: T5776569
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