O FUTURO DO POVO

A gente não quer mais guerra.

A nossa gente é do bem.

A gente só quer alguém

Que implante a paz nessa terra.

Nossa gente não quer guerra...

Chega, meu Deus, de agressão,

De briga, perseguição,

De infâmia, injúria e manobras.

Que se façam boas obras...

Isso está em nossas mãos.

Nossa gente está cansada:

Um se cala, outro provoca;

Um rebate, outro fofoca

E no final da empreitada

O povo fica sem nada,

Quem ganha tudo é o ladrão!

Na hora da confusão,

Armada sob encomenda,

Adeus saúde, merenda,

Adeus, pavimentação...

Só dá pra ver sem a venda.

Mas cadê a educação?

Sala vazia, evasão,

Violência, baixa renda...

Essa miséria estupenda

Tira o juízo, a razão:

Quem ganha com a confusão

Manipula, na contenda,

E enquanto enche a fazenda

O povo fica na mão!

A gente cansou do escuro.

Que venha o que há de novo.

Alguém que cuide do povo,

Que o povo faz o futuro

Com mais ponte, menos muro

E vivendo em comunhão,

Porque nascemos irmãos

E parceiros do caminho.

— Hei, chame aí seu vizinho...

Vamos juntar nossas mãos!

Mãos de mãe, mãos de criança,

Mãos de moça, de rapaz,

Mãos de quem, pregando a paz,

Ergue o Salmo da esperança;

Mãos de noivo, a da aliança

Que sonha trocar de mão,

Mãos que amassam nosso pão,

mãos de quem puxa a enxada

Ou mãos de quem não faz nada:

Vamos juntar nossas mãos.

A nossa hora é agora

De plantar o novo dia...

Que o passado de agonia

Até que enfim vai-se embora.

E domingo, a nova aurora

Deixará tudo pra trás.

Chegou a hora da paz,

De mudar completamente

Porque o futuro da gente

É nossa gente quem faz!

Granja Viana/Cotia, 28 de setembro de 2016 - 11h45min