Limite

Enquanto eu caía no precipício

Procurava qualquer resquício

Que impedisse o fim tão iminente

E a dor aguda que sente

Aquele que é bruscamente

Afastado do seu vício.

Olhando-te atentamente

Pude ver o meu rosto refletido

Petrificado, perplexo

Descobrindo um reflexo turvo

Pois o espelho estava partido.

Ecoavam as explicações atrasadas

Justificando o que já não importava

Vozes de uma língua arcaica

De tergiversações tresloucadas.

Mas enquanto mergulhava no abismo

Da miséria do amor perdido

Podia também estar voando

Se apenas mais distraído...

Pois se o abismo é mera perspectiva

De uma mente ferida e intempestiva

Vamos virar o jogo; vamos trocar de cosmos

Porque o limite de tudo é o limite de nós mesmos.

pedro toscan
Enviado por pedro toscan em 29/09/2016
Reeditado em 15/03/2022
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