Limite
Enquanto eu caía no precipício
Procurava qualquer resquício
Que impedisse o fim tão iminente
E a dor aguda que sente
Aquele que é bruscamente
Afastado do seu vício.
Olhando-te atentamente
Pude ver o meu rosto refletido
Petrificado, perplexo
Descobrindo um reflexo turvo
Pois o espelho estava partido.
Ecoavam as explicações atrasadas
Justificando o que já não importava
Vozes de uma língua arcaica
De tergiversações tresloucadas.
Mas enquanto mergulhava no abismo
Da miséria do amor perdido
Podia também estar voando
Se apenas mais distraído...
Pois se o abismo é mera perspectiva
De uma mente ferida e intempestiva
Vamos virar o jogo; vamos trocar de cosmos
Porque o limite de tudo é o limite de nós mesmos.