O Palhaço
O sorriso
Não é mais que seu ofício.
Entra no cubículo,
Veste a roupa colorida
Que contrasta com a sua alma.
O sorriso
Não é mais que sacrifício.
Senta no velho banco,
Retira o resto de tinta
Que cobrirá a sua dor.
O sorriso
Não é mais que resquício
Da vida que um dia tivera
E agora é só um traço a pincel.
O sorriso
Não é mais que suplício.
Enfrenta a plateia cruel
Ela exige o espetáculo.
O sorriso
Não é mais que desperdício.
Encena mais uma vez
A ingênua alegria que não conheceu.
O sorriso
Não é mais que fictício.
As cortinas se fecham.
Agora, pode voltar à escuridão.
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fev/2016