O TRABALHADOR BRASILEIRO
Antonieta Lopes
É "pau pra toda obra" o seu Agnaldo,
Cisco e as folhas do chão ele rastela,
Esforço humilde ão sóbrio que eu respaldo,
Sem cansaço, sem queixas, sem querela.
É um "pobre diabo" cujo saldo
São "oitenta" diários - bagatela,
Mas que lhe mata a fome, faz seu caldo
E de pés de galinha enche a panela.
Do brasileiro - assim a maior parte
Trabalho que lhe rende alguns cobres,
Pra que a família coma e se farte.
Sentimentos pra si guardam, os mais nobres
Talvez dispositivos têm pra a arte -
-Que morrem na labuta, pois são pobres.