O TRABALHADOR BRASILEIRO

Antonieta Lopes

É "pau pra toda obra" o seu Agnaldo,

Cisco e as folhas do chão ele rastela,

Esforço humilde ão sóbrio que eu respaldo,

Sem cansaço, sem queixas, sem querela.

É um "pobre diabo" cujo saldo

São "oitenta" diários - bagatela,

Mas que lhe mata a fome, faz seu caldo

E de pés de galinha enche a panela.

Do brasileiro - assim a maior parte

Trabalho que lhe rende alguns cobres,

Pra que a família coma e se farte.

Sentimentos pra si guardam, os mais nobres

Talvez dispositivos têm pra a arte -

-Que morrem na labuta, pois são pobres.

Antonieta Lopes
Enviado por Antonieta Lopes em 28/09/2016
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