CARTA DE AMOR PARA NÃO SER LIDA
Floresce a primavera
em paranoicas flores
e cores que assustam
Enxergar o próprio nome desabrochando
em jardim literário
regado a chuva artificial
por mãos descuidadas.
< é um segredo guardado a uma única chave >
Observar da janela
Meu nome crescer e se transformar
em imagens tão reais
que quase posso tocar.
E tudo se torna tão estranho
como se fosse espectador
da minha própria realidade
externada em versos alheios.
< era um segredo? >
Não.
Nada faz sentido
nesses versos
anunciados como carta
que não se desenvolve
que não mostra a real intenção
da desistência de furtar
flores que jamais
serão oferecidas.
Floresce a primavera
em paranoicos amores
e dores que não se sustentam.
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Grato pelas críticas, mas
ofensas sempre assustam
quem se apaixona pelo silêncio.
Pausa para o banho de chuva.