CARTA DE AMOR PARA NÃO SER LIDA

Floresce a primavera

em paranoicas flores

e cores que assustam

Enxergar o próprio nome desabrochando

em jardim literário

regado a chuva artificial

por mãos descuidadas.

< é um segredo guardado a uma única chave >

Observar da janela

Meu nome crescer e se transformar

em imagens tão reais

que quase posso tocar.

E tudo se torna tão estranho

como se fosse espectador

da minha própria realidade

externada em versos alheios.

< era um segredo? >

Não.

Nada faz sentido

nesses versos

anunciados como carta

que não se desenvolve

que não mostra a real intenção

da desistência de furtar

flores que jamais

serão oferecidas.

Floresce a primavera

em paranoicos amores

e dores que não se sustentam.

* - * - * - * - * - * - * - * - * - * - * - * - * - * - * - * - * - *

Grato pelas críticas, mas

ofensas sempre assustam

quem se apaixona pelo silêncio.

Pausa para o banho de chuva.