a palavra mais bonita

E de nada me serve esse poema

Hoje amanheci rente da manhã

E há algumas invenções sem graça

A graça toda está em sorrir

Desaparelhado dos barulhos mundanos

E de nada me serve esse cansaço

Quero mesmo é dançar xote

Ouvir o Lua, caçar palavras

Soltar borboletas, semear pão

E de nada me serve essa tristeza

Não quero ser dono de nada

Nem de arrepios, nem de tesouros

Quero acreditar no menino, no homem

Na palavra mais bonita, mais clara

E de nada me serve vida sem viver

Hoje desisti do tédio, da preguiça, do peso

Quero a leveza das folhas de hortelã

Seu cheiro, sua cor, seu hálito

E de nada me serve as palavras

Se não forem para escrever versos de amor

Milton Oliveira

Dezembro/2015

milton antonios
Enviado por milton antonios em 27/09/2016
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