a palavra mais bonita
E de nada me serve esse poema
Hoje amanheci rente da manhã
E há algumas invenções sem graça
A graça toda está em sorrir
Desaparelhado dos barulhos mundanos
E de nada me serve esse cansaço
Quero mesmo é dançar xote
Ouvir o Lua, caçar palavras
Soltar borboletas, semear pão
E de nada me serve essa tristeza
Não quero ser dono de nada
Nem de arrepios, nem de tesouros
Quero acreditar no menino, no homem
Na palavra mais bonita, mais clara
E de nada me serve vida sem viver
Hoje desisti do tédio, da preguiça, do peso
Quero a leveza das folhas de hortelã
Seu cheiro, sua cor, seu hálito
E de nada me serve as palavras
Se não forem para escrever versos de amor
Milton Oliveira
Dezembro/2015