Uma homenagem especial

Aos escravos ancestrais, africanos e brasileiros, durante séculos de exploração no Brasil, o qual são merecidas todas as honras.

Entre dois continentes, o Atlântico.

Apenas uma distância geográfica.

Unidos, pelos seus destinos cruzados,

E inteiramente desnorteados.

Será mesmo necessário tanto horror obstinado?

Lá vem o Negreiro cruzando os mares,

Trazendo homens e mulheres apavorados,

Para os açoites na Terra de Vera Cruz.

Para o rebenque do perverso patrão.

Para as algemas amordaçar.

Ouro da mineração,

No aluvião, o sofrimento à suportar.

Imenso oceano Canavieiro,

E nas extensas fazendas cafeeiras,

Com seu sangue escravo à regar.

Perdidos uns para os outros

E no tronco suas carnes à chicotear.

Mas a esperança faz a doce alegria, almejar.

E os gemidos, amenizar.

Braço forte! Guerreiro!

Na Casa Grande, as amas de leite

À seus sinhozinhos amamentar,

Enquanto seus filhos, nas misérias do infortúnio

Que seriam os seus destinos à vingar.

Mães, crianças, velhos, jovens mulheres...

O que fizeram para merecer tanta aflição e horror?

Castro Alves e Nabuco, são as únicas esperanças desse povo sofredor.

Entre as noites tropicais,

Ainda encontravam energia

E nos Quilombos e Senzalas jaziam

Seus batuques de alegria

De um povo que realmente soube amar.

Larissa Moreira
Enviado por Larissa Moreira em 26/09/2016
Reeditado em 02/10/2016
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