4 DA MANHÃ
4 da manhã
As cadeiras estão vazias
O café fumega
A madrugada é fria
A saudade pega
Saudade das vozes
Do burburinho infantil
Das alegrias fugazes
Das queixas do Brasil
Ainda bem que a alvorada
Logo far-se-á presente
Afastando a danada
Trazendo à mesa os ausentes
Preciso acabar com essa mania
De acordar tão cedo
E escrever poesia
Ou melhor, arremedos
Prometo a mim mesmo
Que assim farei
Mas definitivamente já sei
Que essa promessa faço a esmo
Nessa mesma hora amanhã
Mais exatamente as 4 da manhã
Estarei sentado a vontade
Sentindo novamente saudade