A capa

Meio dia e vinte e um -

ou seja no tempo.

O relógio no pulso

apoiado frente à xícara de café

muito e preto

acompanha a fumaça

o líquido.

Meio dia e vinte e dois -

possivelmente

os lábios se desprenderiam

as veias deixariam de vestir o pescoço

elegantemente traçados

os escritos na face

e os olhos

pequenos

deleites.

Meio dia e vinte três -

talvez ali

espaço

sentimentos muitos

por certo

atrás daquela fumaça

os livros.

Meio dia e vinte -

A manga da camisa dobrada

A gola levemente desalinhada

As sobrancelhas finas

E a pele

O exterior.

Por dentro -

fora do tempo

os poemas

escritos na Polônia.