Abismos Interiores
Sou luz adormecida,
pálida esquecida,
em universos atômicos
que estagnam anseios,
entre sucursais e veios
onde se arranham
células e sangue.
Sou fera aprisionada,
ferida, acuada
em espirais de silêncios,
seguindo a beira da estrada
tentando não me perder.
Onde fica a porta
desse universo solto,
que balança a minha volta
e me traz tantas dúvidas
que dormem no olhar
sem razão de acordar?
Sonho as respostas
despostas dentro de mim,
entre questões da existência,
geminando as essências
e os porquês da minha dor,
quando as preces são só súplicas.
Ainda que a noite vague sem fim,
vestindo mortos sorrisos
sobre a pele dilacerada
e pseudo clama
sem que me vejam
em verdade a alma.
Caminham entre dores
os meus interiores.
Revolucionam as cores
como matéria escura...
Indefinidos buracos negros.
Meus segredos!
Abismos de um mundo
de idioma desconhecido,
que machuca-me as mãos,
ao arranhar portas
sem obter respostas.
Aliam-se entre medos
onde a luz pede socorro.
Cada instante me aprofundo
no sonho onde morro.
Mas,
Onde ficam as saídas dos
abismos dos meus poços?
Gigio Jr & Rita São Paulo
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