Morte

Apesar de amarga e cruel, é vista como algo superável com o tempo.

Que basta um pouco de esforço para manter o equilíbrio e será suavizado da pena.

Que se limita ao visível e racional

E cessa no sepulcro.

Com a esperança de um possível reencontro.

É por isso o motivo de tanta dor,

E de luto. Luto errôneo. Inexato.

Porém, compreensível e inevitável.

Até que se conheça a morte, a verdadeira morte.

Chega sorrateiramente. Surpreende.

Em seus flancos, atinge subitamente.

Novidade.

O que um dia acreditou-se na impermeabilidade.

Doravante, acessível.

Como a morte pode levar o mais inapreciável e imutável relicário?

Como flor de laranjeira, brota.

Como dádiva divina, firma.

Mas como erva daninha, extirpa.

Assim cessa a convicção e inicia o desamor.

Como um 'campo' pós colheita.

Como ravinas de um solo morto e nada fecundo,

Assim é a morte...

A mais triste e verdadeira de todas as mortes...

Onde começa e termina no mesmo campo,

Que um dia foi prolífico,

Que um dia foi julgado como imortal.

De fato, um luto real.

A morte no coração.

Larissa Moreira
Enviado por Larissa Moreira em 24/09/2016
Reeditado em 24/09/2016
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