Afronta
Com seu cheiro inebriante
Entre olhares laminados
Ela avança.
Um silêncio maldizente
Se formando a cada passo
Ela avança.
O vento lambe-lhe o rosto
Enquanto os panos se enroscam pelas coxas.
O chão tem ânsia por seus pés
Recebendo como beijo cada toque decidido
Sustentando nos lábios
Um cálido contorno
Ela avança.
Com invejável segurança
Nos seus cais noturnos
Ela avança.
E, enquanto avança
Surge o grito estarrecido:
Vejam lá! Ela é feliz!