VAZAMOS UM POUCO DE GÁS

Estamos vazando

O gás do nosso hálito

Marcescíveis nós enrugamos

Marcas profundas nos mancham.

Ganhamos gravidade

Ao perder o ar quente

Para o ambiente frio.

O cordão que nos sustentava em órbita

Partiu-se, o nó de manutenção se desfez

Como se não bastasse havia um espinho.

Furados vazamos um pouquinho de gás

Por vez, somos balões em decadência,

Sem o esplendor, sem o céu, sem a lisura

Da superfície perfeita, murchos caímos.