Nobre saudade

Da inocência revelada na crença.

Do sorriso mesmo em dia de chuva.

Do plano que se perdeu no tempo.

Do café quente não mais compartilhado

E do nosso tempo nostálgico.

Do papo gostoso

E do coração confortável.

Dos braços que não foram abraços

E dos beijos que não foram consumados.

Da presença destemida de um amor maior.

Do trem que partia deixando lágrimas e coração apertado,

Mas também a certeza de que retornaria

E do amor que subsistia.

Dos afetos que não vieram

E das frases que nunca terminaram.

Dos riscos que não foram cometidos

E do futuro jamais vivido.

Do pôr do sol não mais presenciado

E das ondas do mar não contempladas.

Da despedida mal finalizada

E das palavras de amor juradas.

Dos dedos não mais enroscados

E dos corações entrelaçados.

Dos olhares que não se cruzaram

E dos caminhos não efetuados.

Das preocupações não mais vivenciadas

E das pequenas vitórias comemoradas.

Daquilo que não vingou.

Da alegria frouxa e da paz interior.

Saudade do amor ressaltado

E nunca mais presenciado.

Larissa Moreira
Enviado por Larissa Moreira em 22/09/2016
Reeditado em 23/09/2016
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