Ilusão
Teu corpo antes quente como brasa
agora tão frio quanto a vida quando se esvai
Teus lábios antes suave como pétalas
agora acre como uma pedra que se desgasta
Teus olhos antes profundos como o oceano
agora rasos como um rio em período de seca
Tuas palavras, que me traziam conforto
tornaram-se vis como a própria existência
Tuas mãos, tão acolhedoras
tornaram-se inóspitas
Teu brilho tornou-se opaco
como uma tinta fresca, que seca e endurece
Já não encontro em ti o mesmo esplendor, o mesmo sabor
Para onde tu foste? Se és que um dia existiu
Oh, minha doce e bela ilusão.
2014