A Sós

Ás vezes tão a sós

Em nós um presente antigo

Estrelas vagando na imensidão

Aço polido, figo maduro, muros

Nós e as diferenças densas

A finura das palavras criaturas

O vai e vem na mesma velha rua

Às vezes um poema de Hilda

Essa vertigem de quem vê o paraíso

Essa saudade de quem se foi por nada

Nós e as risadas no fim do domingo

Eu e você e muito mais que tudo isso

Nós e a pressa estacionada na porta

A preguiça boa entre os pés e a dança

A noite que chega, chegou lá fora

Nós e as luzes dos postes nus

Às vezes tão a sós

Em nós um futuro antigo

Estrelas vagando sem motivos

Aço polido, figo maduro, muros

Nós que a sós tecemos tudo isso

Milton Oliveira

Agosto/2016

milton antonios
Enviado por milton antonios em 21/09/2016
Reeditado em 21/09/2016
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