DESPINDO A VERDADE

Não escreverei amores que não tenho

Ou que poderia ter tido, mas não tive.

Não cantarei as serenatas que não ouvi,

Nem mesmo os poemas que não recebi.

Não descreverei a beleza das flores,

Que gostaria de receber, mas não recebi.

Não falarei das cartas de amor

Que perfumadas ou não, jamais foram escritas.

O sublime suposto é a ilusão bendita,

Que ligeira como vento, sempre se esvai.

O que era vida torna-se sina,

Quando isso, não se chama amor.

O silencio, já clama por si...

Não se chora as lágrimas extinguidas

O que dilacera, é a profunda dor,

Do poeta amargurado e moribundo!

A descoberta, lamentavelmente fez-se tarde.

Sobraram nada mais que raízes mortas,

Sob a terra seca, rasgada, trincada,

Pela escassez da essencial água viva!

Hoje, a benção da chuva, tornou-se inútil...

O ardor do sol, que a tudo consome,

A tudo consumiu... E nada mais importa!