Azul-escuro
​Esses lábios de cereja carregam um desejo implícito; esses olhos de obsidianas veem o encanto no mundo; esse ser é etérea intensidade; esse corpo, oceano de desejos, carrega a volúpia infindável. Sou poesia quando venero, quando me entrego, quando me envolvo; sou silêncio quando temo; sou infeliz quando não me apreciam como uma fruta suculenta, de suco doce na medida, encontrada em pleno deserto. Nasci para servir e pertencer a quem merece tudo o que sou, nas entrelinhas e nas complexidades, nas crises existenciais e na luxúria. Não me basta ser pouco, quero o auto aperfeiçoamento constante. Perfeição intelectual e corporal – uma busca de uma vida toda. Aquele azul-escuro me trouxe mais do que eu pude um dia querer. Como posso o descrever? O toque, a respiração. Morro por ele, mato por ele. Azul-escuro que sussurra em meu ouvido perversidades imorais enquanto me pega na cintura, me faz sentir seu membro túrgido. Azul-escuro que ri como um perigoso réu enquanto me fode com força, azul-escuro que me acaricia como um cuidadoso pai que beija a testa de sua filha após lhe contar uma história de princesa. Sombras carregadas de azul-escuro protegem meus sonhos, impedem pesadelos, me curvo em adoração a este tom e a ele dou meu eterno amor. Meu homem é o meu azul-escuro, pois, foi a cor que vi ao tocá-lo pela primeira vez, o toque dos olhos, das mãos, do corpo… O toque azul-escuro… Me levou a uma nova realidade em que tudo o que era antes impossível, se tornou real.