DESABAFO
DESABAFO
Que chão é esse
Que não mais me absorve
Impermeável a meus pleitos
E preitos
E às lagrimas que escorrem
Para galerias e esgotos
Jogando por terra meus sonhos
Desaguando-os em rios de lama
Que fundos em dramas
Não se sensibiliza
Mata a inefável brisa
Que de aroma nada tem
E vento vira e vem
Espalhando detritos
Reverberando gritos
De querer o chão de volta
Não de morte
Mas de vida que se revolta
Com a decadência
Com a maledicência
Em cada esquina
De chão duro e pedregoso
Que desconhece o humano
Pobre insano
Ferido em sangue
Em existência que se exangue
Em causa perdida