DESABAFO

DESABAFO

Que chão é esse

Que não mais me absorve

Impermeável a meus pleitos

E preitos

E às lagrimas que escorrem

Para galerias e esgotos

Jogando por terra meus sonhos

Desaguando-os em rios de lama

Que fundos em dramas

Não se sensibiliza

Mata a inefável brisa

Que de aroma nada tem

E vento vira e vem

Espalhando detritos

Reverberando gritos

De querer o chão de volta

Não de morte

Mas de vida que se revolta

Com a decadência

Com a maledicência

Em cada esquina

De chão duro e pedregoso

Que desconhece o humano

Pobre insano

Ferido em sangue

Em existência que se exangue

Em causa perdida

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 19/09/2016
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