ao sol dessa manhã

Ao sol dessa manhã

Do livro observatório

Com dois pesos, e, talvez,

Duas medidas, os não criadores

Serão criaturas se inibem expectativas

Com todas as idas e algumas vindas...

Se todas as ações têm começo e fim,

Não importa o que vem para mim...

E o que vai de mim?

Todas as ações um fim,

Depois do jogo, depois da missa,

Depois da radioterapia...

Dos queimados faz-se uma lista,

Abreviada, enfim, amanhã

Acordaremos novos, eu e você,

E essa coruja em volta, perdida

Como a mariposa na luz...

Mas a luz se apagará com o novo sol

Surgido na manhã, a mariposa

Será liberta, com as asas queimadas,

Mas liberta dessas dores

Desérticas.

sergiodonadio.blogspot.com

Editoras: Scortecci, Saraiva.

Incógnita (Portugal)

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Perse e Clube de Autores

sergio donadio
Enviado por sergio donadio em 18/09/2016
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