AINDA QUE NO DOMINGO

Ainda que no domingo

Em que tudo se elastece

O corpo relaxado se entrega

A mente solta flana

Entre afagos e carícias

Entre sopros e murmúrios

Seduzidos por aromas

Sob impetuoso apetite

Por onde trafegam

Pelo que anseiam

Ás vezes ocultam

Doutras desconhecem

Não forjam o destino

Talvez forcem o acaso

Presos à lembrança

De algo desconhecido

Pelo que não experimentaram

Tampouco salivaram

Mas que teima em retinir

Num infindo desafio

Que ilumina sonhos

Promove pesadelos

Mas que noite e dia

Não se cansa de exaltar

Á procura incessante

Ao ser operante

Em busca do todo

Em fuga do nada