DESTINO
DESTINO
Longe da coté
Preso ao cotidiano
Passaram-se os anos
E o que era orla
Virou interior
Os passos nos espaços
De verdes serras
Afastaram-no das areias
E das águas com sal
Tudo virou rio e água doce
Que a correnteza
Sem ondas e suaves belezas
Afagam quem está a margem
Afogando os desejos de mar
O desejo de estar
Nos aromas de maresia
Onde um dia
Nasceu para a vida
Agora não esquecida
Mas com nuances distintas
Cores de outras tintas
Que não foram herdadas
Mas buscadas
Pela sobrevivência
E que aos poucos incorporadas
Fizeram-no quase bicho do mato
A beira de um regato
Sem sal, sem sol, sem cor
Sem pôr, sem dor, sem pastor
Apenas paz interior
Gerando versos e rimas
Nenhuma obra-prima
Apenas existência
Fruto de contingencias
Impostas pelo destino
Que a tempo algum
Foi sonho de menino