Não importa o quanto eu negue,
O pecado está em mim.
O sangue vermelho que corre em minhas veias,
Corre cheio de desejos.
Eu peco, eu peco.
 
Que as ondas se multipliquem,
Que toquem um fado de Amália,
Que faça calor na Somália,
Eu assumo a culpa,
Eu carrego o fardo.
 
Sonho todos os medos,
Os modos, a gana,
O corpo nu, insano,
O beijo lambido,
A boca ferida,
Sonho a língua maldita
Nas partes impuras.
 
Transgrido o Alcorão, a Bíblia,
Todos os santos,
Os convido
Para uma bebida.
 
Eu faço o vício,
Cultuo o ócio,
Deixo o pescoço
Ornado de dentes.
 
O apelo da pele fútil,
A mente nua mente
Somente quando carente
 
Violo todos os sentidos
Nos meus ouvidos
As vozes se multiplicam
E suplicam mais um ato,
Ou sacrifício.
 
 

 
MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE
Enviado por MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE em 16/09/2016
Reeditado em 16/09/2016
Código do texto: T5763377
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