DIÁLOGO ENTRE ROSAS
Natural:
Possuo a essência das primaveras
em minhas pétalas delicadas,
enquanto as tuas são moldadas.
A dádiva da vida que não tiveras.
Artificial:
Regadas de amor que não viveste,
tens espinhos que ferem a alma,
enquanto desfruto com calma
do tempo que jamais conviveste.
Natural:
Broto em belos campos e jardins
sentindo o frescor da chuva fina,
já que tu vieste do plástico e afins
a poeira marcará tua triste sina.
Artificial:
Confesso, seus valores são nobres.
Nem sequer um pequeno colibri,
minha afetada analogia encobre…
Mas, finalmente, eu me redescobri.
in: Desígnios & Desejos, 2017.