BEBA meu SANGUE
Mamãe gostou das rosas
que eu mandei dizendo adeus,
vou cortando a noite molhada
nos pneus da moto,
o mundo só faz sentido
visto do amanhã.
O sol pálido adioou a agonia do pavão
numa linguagem de peixe eu comunico o meu amor
ao soberano dos mistérios que registra as desculpas
esfarrapadas ditas sem nexo no amor bebericado
das madrugadas sertanejas
O Rei da Estrada morreu num pântano de ferro-velho
o Rei-em-Geral é um morto alegórico
o único reinado é o dos fortes, baby, beba meu sangue
ou me deixe dormir no trilho do trem
eu já não posso fingir
o tempo é a única alegoria