REVOLUÇÃO DA CRISÁLIDA

Construirei com fios

De arame farpado

Asas de metamorfose.

Por tempo demais

Fui crisálida fria

À sombra do tempo.

Neste estado basal

A vida diminuiu,

Retraiu-se à inutilidade.

Quero transpor as constelações mornas

Do lado de dentro desta casca glacial

Para o céu neutro do lado de fora.

Dói construir novas asas

Dói sair da inércia, porém

Dói mais continuar estagnado.

Fiarei estas asas com sacrifício

Pregarei os botões de nova roupa

E logo estarei pronto para voar.

Prefiro sofrer hoje

Para depois curar,

Ao invés de sofrer sempre.