Um Tapinha Não Dói?

O golpe da mão atroz...

Faz minhas costas de tambor.

Um tapinha não dói?

Na bunda, só se for.

Nesse deserto ecoa: “É nós!”...

E meu gemido de dor.

Um tapinha não dói?

Na bunda, só se for.

Sou a bonitinha e ordinária,

Contrária... A todo “princípio” e “valor”.

Ou mais uma entre várias,

Amélia otária... Iludida por juras de amor.

Enquanto finjo que acredito,

Na mente mais conflito... Que na Nigéria e Síria

Se de fato amássemos,

Esse “respeito máximo”... Não seria só gíria.

Guardam-me do lado esquerdo,

Mas conto nos dedos... Os presentes no show.

Amigos? Só se forem virtuais,

Exatamente iguais... Ao bichinho Pou.

Palavras são vastos açudes,

Que com a árida atitude... Contrasta.

A partir de agora,

Pauso aplausos da mão pra fora... Basta!

Prefiro o desdém,

De quem... Compra, a esse tipo de atenção.

Rasga-se seda,

Sem que alguém a suceda... Nem por pano de chão.

De preto fico bege,

Isso não me emerge... Não emana energia.

Peço: “Não me aleije!”,

Pois o elogio que não me elege... É elegia.

Esse é o fim da odisseia,

Só Mark Chapman na Plateia... De Lennon.

Sei bem, é Deus no céu,

E apenas um Kel... Pra cada Kennan.

Tenho certa bagagem,

Meu ego não precisa de massagem... Aprovação.

Meu trabalho fala por si,

Já não preciso de seu “sim”... Ou “não”.