Sem Destino

Nos sonhos fui o fungo dos teus poros,
Fui as crateras da superfície do papel,
Superficial, parasita, tua nuvem, teu céu.

Nos sonhos fui o sol dos teus mamilos,
Fui as bactérias na divisão das células,
Múltiplas, vigaristas, tuas moedas, tuas cédulas.

Nos sonhos fui o vampiro da tua vida,
Fui as misérias dos leucócitos poucos,
Fui o destino, o megafone dos loucos.

Fui, fui e não voltei.

                                                    Belo Horizonte, 18/03/92.
Dado Corrêa
Enviado por Dado Corrêa em 15/09/2016
Reeditado em 15/09/2016
Código do texto: T5761687
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