Carta Lacrada
As linhas paralelas do trem
Sobre sucessivos dormentes
É campo deserto, de ninguém
Não medra nada de sementes
È espaço neutro, nada serve
Não possui escritura lavrada
Nada inspiram em minha verve
Mudas quais carta lacrada...
Parecem destinar-se ao infinito
Preenchem seu vazio as britas
Entre elas não há algum conflito
Inconformidade, inveja, intrigas
Ao rilhar das rodas do pesado trem
Fagulhas se lhe escapam ao léu
Passageiros embalam-se no vaivém
E adormecem acolhidos por um véu