Carta Lacrada

As linhas paralelas do trem

Sobre sucessivos dormentes

É campo deserto, de ninguém

Não medra nada de sementes

È espaço neutro, nada serve

Não possui escritura lavrada

Nada inspiram em minha verve

Mudas quais carta lacrada...

Parecem destinar-se ao infinito

Preenchem seu vazio as britas

Entre elas não há algum conflito

Inconformidade, inveja, intrigas

Ao rilhar das rodas do pesado trem

Fagulhas se lhe escapam ao léu

Passageiros embalam-se no vaivém

E adormecem acolhidos por um véu

Rui Paiva
Enviado por Rui Paiva em 15/09/2016
Código do texto: T5761633
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