Revolto Oceano

Tuas íris adamantinas

Prendem-me nos arrecifes do teu olhar

Encantam-me as pérolas de tuas pupilas

Negras contas puras e cristalinas

Refletem os singelos raios de luar

Inferem paragens leves e tranquilas

Queria afogar-me no teu revolto oceano

De ondas volumosas e enfurecidas

Vaguear incólume no teu azul marítimo

Passear a esmo no teu átrio palaciano

Fender as grutas tuas embrutecidas

Ao som do Atlântico e no mesmo ritmo

Esvoaçar teus páramos quais livres pelicanos

Entranhar-me nos teus antros insulares

Fisgar a seiva das tuas plantas aquáticas

Buscar e me expor às linhas dos teus meridianos

Beijar-te a boca ardente até insuflares

Sem precisarmos recorrer às cartas náuticas

Rui Paiva
Enviado por Rui Paiva em 15/09/2016
Código do texto: T5761544
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