O Hálito de Deus
A maçã que alertou Newton sobre a gravidade
terá, sido, talvez, a mesma que sobre gravidez
intuiu o singular gesto de amor, à Humanidade
que porventura Eva, eventualmente, assim o fez?
Estas e outras indagações carrega em seu peito
o poeta que codifica a escrita das estrelas luzidias
as parabólicas caminhadas do sol até o seu leito
ou as procelas que o mar revoga ao passar dos dias
Mero sonhador, louco, lunático, romântico ou lírico
trata suas quimeras qual o douto lida com o enfermiço
escrevinha a realidade com gesto e atitude não empírico
o poeta levita, sobrepõe o inalcançável, jamais irritadiço
O poeta acessa o pináculo dos deuses do monte Olímpio
o coração é um alforje que asila os delírios somente seus
não se classifica pela raça ou credo, se tem fé ou é ímpio,
mas acredita que, em seu devaneio, sente o hálito de DEUS!