DOMINGO NO PARQUE

Domingo no parque,

sentado, calado

à espera do fim do dia,

da condução lotada

que me levaria, entediado,

ao quarto rude e vazio.

Domingo no parque,

olhava as crianças correndo

livres, alegres, vivas

entre jasmins e bem-me-queres

e os velhos cansados, a resmungar

sobre o sol, o barulho, a vida.

Domingo no parque,

à espera do nada, ocioso

alto-falantes pendurados nos vetustos galhos

projetavam o som jovial de Nando Reis

enquanto, à sombra, alguém lia

os polêmicos versos de Bukowski.

Domingo no parque,

olhava dançarinos vestidos a caráter

apresentando danças folclóricas, típicas

de alguma comunidade europeia

e, sentado no meio-fio, alheio

o pé no compasso da música, indaguei:

por onde andaria?

Raphael Cerqueira Silva
Enviado por Raphael Cerqueira Silva em 14/09/2016
Reeditado em 06/10/2016
Código do texto: T5760571
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