ARDENTE PAIXÃO

Das barrancas do rio paraná, surgiu essa ardente paixão,

O abraço era tão sublime que te deixava suspirante,

Os raios daquele olhar contemplava seu jeito meigo,

Morena cor de jambo, cheia de vida e ar delirante.

A necessidade de galgar outros caminhos e horizontes,

Fez do sentimento exarado ficar cada vez mais forte,

Pois o amor apareceu de repente e o coração se absteve,

Deixando o pensamento só a procura do novo norte.

Achou, casou, viveu longo tempo e criou sua prole,

Até que um certo dia chuvoso esse adeus se fez pra sempre,

O desnorteio veio saltitar seu dia a dia com tristeza,

Ficando apenas a lembrança da paixão em sua mente.

Cobiçou o divertimento dos lugares onde a noite é premente,

Cheia de alegria e ilusão da qual se torna viciante,

Pra espantar a solidão o vinho e o petisco é módico,

O sorriso se torna o caminho para se por cativante.

De repente a paixão do passado volta ao seu coração,

Briga com a soberba, com exito do medo e a cobiça,

A razão foi por água abaixo pois virou sofrimento,

Agora briga consigo mesma pra não se tornar submissa.

Ela sente que a paixão de agora será igual a do passado,

Que por capricho, birra e reputação vai menosprezar,

Mesmo que o coração lhe peça para eternizar esse momento,

A coerção que de praxe carrega consigo irá outra vez se apaziguar.