Oco

No oco onde se propaga o som

O som do sentido do som

A alma que dança samba-gafieira

No oco da concha marinha

O som do mar, o sal do mar

Cego que canta ao luar

Que sertão é esse que se esparrama

Sobre o oco do olhar

O que demora em mim o bem e o bom

A pele do amor e da paixão

Onde o oco do coco oco tem som

No oco as belezas se misturam

Oco tempo entre duas luas

Entre o que é infinito e o que é ligeiro

Quando não sei dizer me calo oco

Quando sei o que quero ou não quero

O oco em mim e sua maré vazante

Faz com que eu cante assim

Na cegueira ou na visão

O silêncio oco da explosão

E a imensa gritaria do meu coração

No eco onde nasce o som

Os meus olhos ocos em plena distração

Milton Oliveira

milton antonios
Enviado por milton antonios em 13/09/2016
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