Hino à Esperança
O carvalho não se rende à brusca tempestade
o caniço do bambu resiste ao tornar-se flauta
ao coração dos mansos é descabida a maldade
ha, o orvalho se desprende da folhagem incauta
a foice laminada habilmente uma fonte dilacera
o pântano inóspito onde só à fealdade se espelha
aos magos do oriente a magia encanta e impera
os corvos nauseabundos espiam a morte de esguelha
os exércitos marcham, prendem e dominam os desertores
os lupanares tragam a pudicícia ao tilintar das moedas
miseráveis desmaiam em enxergões e furados cobertores
na Sibéria o frio é uma tenaz, choram e falam samoiedas
o crepúsculo matinal é cântico! Ao entardecer é merencório
golfinhos fazem piruetas navalhando a água dos oceanos
os palácios entoam clarins e clarinetes em seu repertório
enquanto assistem ao discurso real os sonolentos decanos
Em tudo há vida, mobilidade, seja por respeito ou ordenação
o gravitar da Terra, o tempo transmutam a nossa temperança
rege-se o destino pelo poder, a ternura, o amor, a superação
cantemos e louvemos, com entusiasmo, o nosso Hino à Esperança!