Trajetória

Enquanto amasso o tempo feito papel

escuto passos no limiar do efêmero

a cavalariça imprime o seu tropel

carregando sonhos com profundo esmero

Qual uma farsa para enganar meus delírios

- rarefeito é o ar que forçosamente respiro -

quedam-se os campos de gloriosos lírios

aos poucos meu verso/poema ponho e retiro

Triste façanha algum dia certamente herdarás

e por certo em teu seio a teu tempo, com atraso

a dor que o arranha e afaga tão forte reterás

na dormência dos raios nos oceanos à hora do ocaso

As estrelas hão de compactuar espetacularmente

tragando tuas pupilas para o pomposo infinito

enquanto por sua vez agonizará flébil e debilmente

o sol na sequência inexorável de seu indubitável rito

Rui Paiva
Enviado por Rui Paiva em 12/09/2016
Código do texto: T5758540
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