Oração ao pão do espírito
Divina luz que me inspira
Faça de mim um espectador
Sequioso pelo som da sua lira
E dos arpejos de um anjo tocador
As fimbrias de túnicas angelicais
Umedeçam o suor que escorre
Na fronte e no cenho vesperais
Hora que certamente decorre
Entre meus versos os esponsais
Acate o meu fervoroso desejo
De tecer meus ímpetos calorosos
Na hora em que o ocaso revejo
E os pássaros debandam rumorosos
A pagina celeste de matizes pungentes
E não sem remorso que sejam deveras
Os corações enternecidos e dolentes
O recanto das fervorosas quimeras
Abençoe o meu pão espiritual, O Luz
E refestela meu peito insubordinado
Não feneça sobreposta à trave da cruz
Igual a Jesus Cristinho crucificado!