Íngreme
É íngreme o acesso
Ao teu canto
E, confesso,
Meu encanto
Aumenta mais
Se ouvi-lo tento
Escutá-lo jamais
Esperarei atento
O som reverbera
Na noite incipiente
Adiante prospera
Meu peito renitente
O melhor espaço
Na vida da gente
É o anelo do abraço
Por demais envolvente
Íngreme, bem o sei
Teu canto mavioso
Joia que preservei
Em terreno cavernoso
Nas teias volumosas
De chão invernoso
E chamas vultosas
Rechaçam o curioso
Tábuas com pregos velhos
Um volume de caracóis
Escorpiões e escaravelhos
Em tantas luas, tantos sóis