Meu céu

Nesta brecha de janela

Eu guardo um céu que é só meu

Cabe tanto sonho nela

Quanto falta luz no breu

São desejos desvairados

Que me ocorrem pela noite

Que me ferem feito acoite

Mas não podem ser gritados

E o anoitecer bendito

Pode ser também perverso

Posto o medo infinito

Do meu próprio universo

As estrelas, lá, distantes

Que aparecem pela fresta

De maneira tão modesta

Vão morrendo cintilantes

Cá, me encontro em explosão

Sem fulguro, certamente

Dentro duma confusão

Tão discreta, tão silente

A cadente alegoria

Cai de sono, então, vencida

E prossigo ‘inda perdida

Sem Cruzeiro nem Maria.

___

Jan/2014

Kelly Santana
Enviado por Kelly Santana em 11/09/2016
Código do texto: T5757829
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.