A SINA DO POETA

 


Sofre um poeta solitário...
Em sua sina pincela a dor
com cores matizadas.
Transmuta o orvalhar
de lágrimas em pétalas
esvoaçantes... Acende
a luz mágica da criação...
Esculpe sua obra prima.

Do violáceo desmaiar da solidão
redesenha as telas foscas da vida,
horizonte que desponta harmonia
revelando toda leveza da emoção.
Desvela o véu da existência
e qual transparência de renda macia,
o coração rompe em comoção
num desafogar de sentimentos.


 

Matéria assim despojada
liberta a leve essência,
alma aflora em palavras!
O poeta então renasce,
em cada nova poesia...

 

No branco alvo da folha
sempre inanimada,
sonhos sobrevoam a terra
em místico deleite crescente...
Morre porém o poeta,
em cada madrugada silente
quando seu sonhar
se rende à razão
e a fonte de inspiração,
não se faz presente...

 

06/08/2005

Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 23/07/2007
Reeditado em 06/01/2013
Código do texto: T575749
Classificação de conteúdo: seguro