NONSENSE
Ela sentou-se diante do espelho
E fez uma bela maquiagem.
Ela modelou em suas madeixas douradas
Um penteado especial.
Ela vestiu em seu corpo esguio
Seu traje mais sedutor.
Ela se perfumou,
E se preparou para o grande momento...
Ela era por si só, toda sedução.
Vestida para matar
De amor ou de paixão.
Pela fechadura meus olhos a viam em silencioso mistério.
Ah, aquelas curvas em pele tão alva!
Aquele ar de quem sabe o que faz!...
Em movimentos suaves e olhar tão lânguido,
Uma taça de vinho e a pena na mão,
Sentou-se à escrivaninha e se pôs a escrever...
Que emoção! Lembrou-me Lispector.
Num delírio nonsense imaginei-me
Muito mais que um pobre voyeur
No silêncio incógnito dessa muda porta.
Queria eu, pura e simplesmente,
Num desvario insano, absurdo, demente,
Ser o 'muso' dessa linda mulher.
By Nina Costa, em 27/08/2016
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