P R E C I O S I D A D E S (42)

CHEGANDO EM CASA

Chegando em casa

com a alma amarfalhada

e escura

das refregas burocráticas

leio sobre a mesa

um bilhete que dizia:

- hoje 22 de agosto de 1994

meu marido perdeu deste terraço:

mais um pôr de sol no Dois Irmãos

o canto de um bem-te-vi

e uma orquídea que entardecia

sobre o mar