Precipício 

A aridez do ar reflete sua vida,
Ausente de princípios.
Todas tentativas até hoje foram vãs.
O tempo acaba te engolindo.
Você está velho
E sobrecarregado.
"Não passo de uma ave carniceira envelhecida", 
murmura pra si mesmo, capciosamente. 
Se arrasta em busca de um pouco de ar,
como o peixe fora d’água que sempre fora.
Depara-se com o precipício,
Lá embaixo há a tímida correnteza turva,
E você está com muita sede.
mas não se aventura no salto.
Prefere seguir erguendo a própria cruz,
Nessa contínua morte seca.
Larissa Prado
Enviado por Larissa Prado em 10/09/2016
Reeditado em 27/10/2016
Código do texto: T5756628
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