REMINISCÊNCIAS III
Do passado, perdão
Do presente, sonhos
Do futuro
O azul do céu
E das nuvens, o bailar
Da liberdade harmoniosa
E das formas teimosas
A voar...
No alto está a glória
Ascender é tarefa de fôlego
Caminho é abençoado
De cores que descansam
Que amenizam caminhares
E que abrem à vista
Um horizonte
E na chegada
Um respirar de plenitude.
A serenidade observa do alto
O entorno emoldurado dos montes
O azul, cúpula divina
Recebem as torres centenárias
Que vigiam passos
E pacientemente,
Alterna luzes que enxergam
Seus passantes de ontem
E de hoje.
Enquanto caminha a vida
A esquina observa
Parada, não inerte
E janelas ouviram
Anos adentro
Paixões e sussurros
Conspirações e saudades.
Movimentos se avolumam
Janelas abrem e fecham
Mas continuam escutando.
Olhar para fora
Faz vislumbrar liberdades
E claridades vibrantes
De irradiantes céus
Que despertam admiração
De quem nas sombras do passado
Permanece meditando
Na história dos que aqui transitam.
Detalhes são passado
Ficaram para trás
Deixam saudade
Deixam lembranças
Quase sempre boas
Que no avançar diminuem
Mas que ficam na m emória
Dos que passam pela vida
Cujos retornos são breves
E melancólicos pinceis de histórias.
Ao virar a esquina
Perde-se a visão do que ficou
Ganha-se outra a desbravar
Passado e presente se cruzam
No exato momento da decisão
Seguir ou voltar
Continuar ou esperar
Vidas cheias de esquinas
Vivem em encruzilhadas
Indecisões não caminham.
Solidão e isolamento
Podem doer
Mas trazem paz
O silêncio que brada na alma
É grito mudo
De inquietos corações
Incompreendidos
Que sossego encontraram
Em seus recantos.