Não Sei

Não sei se deliro

Não sei se insisto

Em pensar

Em você as estradas terminam

Em você as noites passam

Assim estreladas, esmeradas

Nada nem palavras

Nada nem silêncios

Não sei se flutuo

Não sei se pulo o muro

Se paro o futuro

Se tomo um gole de susto

Se lhe olho por ora

Se oro as auroras

Não sei se rompo com o destino

Se perfumo a alma até sufocar

Se tomo aspirinas como o poeta

Se rimo os passos a meta

Se transformo seu nome

Num samba de adeus

Não sei se fecho a janela

Se tranco a porta pelo lado de fora

Se perco os sentidos, os caminhos

Se amo mais você ou seu gemido

Não sei se ando pela casa

Como quem não conhece a cidade

Se olho a chuva como quem

Comunga os pecados

Não sei se me visto de nada

E saio pela madrugada

Mas olha você

Minha melhor metade

Seu nome soa como uma canção

Um cansaço depois do amor

Como aquilo que não tem solução

Como uma verdade indecente

Que teimo em jurar

Que faço figas pra acreditar

Não sei se deliro

Se perco os sentidos

Se rabisco meu nome

Na palma da sua mão.

Milton Oliveira

08.11.11

milton antonios
Enviado por milton antonios em 09/09/2016
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