Da Flor

Ao abrir da porta, (s)cerrando o espinho,

a criança morta nasce do outro lado

aonde não corta, um jardim afiado

e, da chuva torta, não fere o carinho.

Morre a tenra flor do viver não florado

que viveu sua dor como um passarinho

e que nesse seu pôr feito sol, de mansinho,

descerra o amor que lhe deram fechado.

Há um outro jardim; esse nem jardim era;

e há fragrância, sim, criança inodora!

então, depois do fim, antes de ir embora,

deixe-se reflorir, ah, a morte espera!

perfume o porvir! seja a primavera!

pois o bem vem sorrir pelo mal que não chora.

Torre Três

tr./dnc

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 09/09/2016
Código do texto: T5755347
Classificação de conteúdo: seguro