SOBRE UM RETRATO DE ELLEN WHITE
A mão do artista mente ou quis, num brilho
Oblíquo, o olhar demente do novilho
No instante após o golpe decisivo –
Um vítreo alheamento por motivo.
Perdido o objeto desse olhar, a tela
Sugere mais que mostra, enfim, revela
O instante que coagula, ali, que estanca
O tempo em si – a eternidade é branca.
Percebe-se um sorriso subjugado
Por algo assim tão seu no seu passado
Que até a alegria trai constrangimentos
E à tela tinta e cor são sentimentos.
Se o em torno é objeto de sutil desprezo
O essencial desse então perdura ileso.
Dessa ocasião sabemos quase nada
E o que já é excesso sobre a retratada,
Privando de sentido o todo, exalta
A quem razão não faça tanta falta.
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A mão do artista mente ou quis, num brilho
Oblíquo, o olhar demente do novilho
No instante após o golpe decisivo –
Um vítreo alheamento por motivo.
Perdido o objeto desse olhar, a tela
Sugere mais que mostra, enfim, revela
O instante que coagula, ali, que estanca
O tempo em si – a eternidade é branca.
Percebe-se um sorriso subjugado
Por algo assim tão seu no seu passado
Que até a alegria trai constrangimentos
E à tela tinta e cor são sentimentos.
Se o em torno é objeto de sutil desprezo
O essencial desse então perdura ileso.
Dessa ocasião sabemos quase nada
E o que já é excesso sobre a retratada,
Privando de sentido o todo, exalta
A quem razão não faça tanta falta.
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