924 Eu Só
Eu Só
Eu já atravessei Mares e Desertos
sozinho.
Para que agora eu quero alguém?
Eu já percorri Montanhas e Planícies
sozinho.
Para que agora eu quero alguém?
Já caminhei em Praias e Campos
sozinho.
Para que agora eu quero alguém?
Aprendi a andar só e conheci o rosto do Anjo Solidão.
Senti-me profundamente incomodado quando li:
“Eu e você teremos um ao outro!”
Manipulação de carências.
Não tenho o outro
e nem quero ter ninguém
e não quero que ninguém me tenha.
Sou pela Liberdade!
Senti ciúmes de mim!
Acostumei ao meu próprio Eu sozinho.
Estando só é que se é Livre.
Deixe-me só!
É assim que sou.
É assim,
SÓ,
que amo o Outro.
Nardo Leo Lisbôa
Barbacena, 05/01/2001.
Caderno: Poesia Efervescente