Do (Meu) Silêncio

Procuro não lhes romper o sono

Tudo quanto é movimento evito

Nada encontro mais perturbador

Do que aquilo que não tenho dito

E presente a ausência das palavras

Ao claro engano sujeito a gente

Cujos ouvidos não mais lhes servem

Para acolher a voz de quem sente

Vê o que para mim se faz pungente

Quem me acessa além da aspereza

Descobre tão logo o que forjei:

Minha desastrosa fortaleza

Qual parte me cabe neste absurdo

De viver como escravos do plano

Onde quem esquece da alma é são

E quem questiona a vida é insano?

Talvez, valha mais o seu descanso

Que todo o zelo dos termos meus

Num inocente gasto de tempo

Contudo, se passa o tempo ou eu?

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Mar/2014

Kelly Santana
Enviado por Kelly Santana em 07/09/2016
Reeditado em 11/09/2016
Código do texto: T5753859
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